O artigo aborda os impactos da Segunda Guerra Mundial em Fortaleza, capital do estado do Ceará. Evidencia a participação de movimentos populares e intelectuais, com destaque para os acadêmicos da Faculdade de Direito nas ações de combate ao nazismo, desde palestras nas escolas da capital até as manifestações ocorridas em agosto de 1942, quando a população enfurecida contra os bombardeios de navios brasileiros praticou quebra-quebra e saques em lojas de proprietários de nacionalidades vinculadas aos países do Eixo (Alemanha, Itália e Japão). Discute ainda os impactos da presença de militares norte-americanos que estabeleceram bases em Fortaleza e como o conflito afetou aspectos do cotidiano da cidade. A partir da perspectiva da história social e dialogando com jornais, obras literárias, memorialistas, biografias e depoimentos, problematiza as especificidades locais, entre as quais a seca de 1942, a presença de retirantes e mendigos na cidade e as ações do poder público, que supostamente buscavam prevenir os populares de ataque das nações inimigas, mas que na prática também foram utilizadas como medidas de controle social.
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