This work intends to expose and analyze the position of Caio Prado Jr. about the thesis of feudalism in Brazil. Defended by the expressive majority of the intellectual groups of the Brazilian Communist Party (PCB) at the time of the quarrel, this thesis sought to sustain the existence of a certain degree of feudal traits in the colonization of Brazil and, consequently, of “feudal remnants” to be eliminated in the present. Dissatisfied with such interpretation and its implications in terms of political strategy, Prado Jr., through a rigorous study of the Brazilian past, comes to the conclusion that there could not have been something similar to a “feudalism” in our process of political-economic evolution. Beyond revisiting the debate in its original form, I will seek, throughout the text, to dialogue with a series of theoretical developments of the Pradian position. I believe that this will be useful, on one hand, to verify the longevity of Caio Prado's interpretation; on the other, and more importantly, to discuss how his ideas might be revisited in light of the latest developments in this field of study.
Este trabalho pretende expor e analisar a posição de Caio Prado Jr. frente à tese do feudalismo no Brasil. Defendida pela expressiva maioria dos quadros intelectuais do Partido Comunista Brasileiro (PCB) à época da querela, essa tese buscava sustentar a existência de um certo grau de traços feudais na colonização do Brasil e, por consequência, de “restos feudais” a serem eliminados no presente. Insatisfeito com tal interpretação e suas implicações em termos de estratégia política, Prado Jr., por meio de um rigoroso estudo do passado brasileiro, chega à conclusão de que não poderia ter havido algo semelhante a um “feudalismo” em nosso processo de evolução político-econômico. Para além de revisitar o debate em sua forma original, buscarei, ao longo do texto, dialogar com diversos desdobramentos teóricos da posição pradiana. Creio que isto será útil, por um lado, para constatar a longevidade da interpretação de Caio Prado.; por outro, e mais importantemente, para discutir como suas ideias podem ser revisitadas à luz dos mais recentes desenvolvimentos nesse campo de estudos.
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