Um ato de linguagem é conduzido pelas circunstâncias sociais do discurso e se sustenta da relação entre o implícito e o explícito da linguagem. Muitas vezes por não se perceber esta relação a comunicação não ocorre de forma satisfatória entre os sujeitos. Tomando como base está problemática, este trabalho teve como proposta analisar a linguagem discursiva utilizada em fôlderes que dão orientações para prevenção de quedas de pacientes em ambientes hospitalares. O material que se constituiu como corpus deste estudo é composto de três fôlderes, coletados na rede on-line de computadores, pertencentes a três institutos de saúde distintos, a saber: Hospital Universitário Walter Cantídio, vinculado à Universidade Federal do Ceará, Hospital Universitário Lauro Wanderley, ligado à Universidade Federal da Paraíba e Hospital Escola da Universidade Federal de Pelotas. A seleção do material se deu de forma aleatória, atendendo a um critério básico de configurar-se como objeto de estudo que permeasse a interdisciplinaridade entre as áreas da Ciência da Informação, Enfermagem e a Análise do Discurso, subárea da Linguística. Caracteriza-se como uma pesquisa de abordagem qualitativa, já que o método de análise adotado foi o da descrição do contrato comunicacional do gênero fôlder, seguindo às categorias analíticas desse pressuposto teórico da Semiolinguística, instituída pelo linguista francês Patrick Charaudeau (1995). Como resultado, o estudo demonstrou que as condições de produção, organização e posicionamentos discursivos apresentados nos três fôlderes examinados, dos três hospitais selecionados, seguem as mesmas orientações do Protocolo Integrante do Programa Nacional de Segurança do Paciente, quais sejam: resguardam a avaliação de risco do paciente, buscam garantir o cuidado multiprofissional, apresentam um ambiente seguro em contrapartida a ambientes ou situações inseguras, exercem a função social de atuação, no campo da educação ao paciente, a familiares e ou acompanhantes e compromisso dos próprios profissionais da saúde. Por fim, os resultados demonstraram a descrição de um contrato comunicacional que se configura por uma finalidade que informa o que é uma queda hospitalar, quais fatores podem ocasioná-la, mas, ao mesmo tempo, prescreve o que se deve, ou não, fazer para se evitar a queda; que tenciona convencer a recepção de tal ação e que, por fim, procura provocar, na recepção, um estado emocional agradável de que ela está amparada pelos hospitais que a acolhe e a instrui.
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