A decisão do aborto: itinerários, práticas e confidências

• Milanez, Núbia ^[1] ; Emmerich, Adauto Oliveira ^[1] ; Martinelli, Katrini Guidolini ^[1] ; Esposti, Carolina Dutra Degli ^[1]
  1. [1] Universidade Federal do Espírito Santo

     Universidade Federal do Espírito Santo

     Brasil

     
• Localización: Revista Brasileira de Pesquisa em Saúde - RBPS, ISSN-e 2446-5410, Vol. 21, Nº. 2, 2019, págs. 105-114
• Idioma: portugués
• Títulos paralelos:
  • Decision about abortion: itineraries, practices and confidences
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    Introduction: Abortion is a persistent practice in Brazil, mainly in regions facing worse socioeconomic conditions and poor access to healthcare. Objective: Analyzing employed abortive practices and the social support to forced gestation interruption (with, or without, fetal loss), based on the experiences of women who decided to have an abortion. Methods: Qualitative research with 7 women, who were selected out of a cohort composed of 742 women. The selected women lived in the region recording the lowest Human Development Index in Espírito Santo State, Brazil. Individual interviews were conducted based on a guide-book. Interviews were recorded, transcribed and cut out in order to allow analyzing the thematic content suggested by Lawrence Bardin. Results: The therapeutic itinerary adopted by the participants in order to make the decision to have an abortion took place in their homes. Most of them used Cytotec®, but some looked for homemade recipes. These women took a silent and stealthy path and confessed to feel guilty about the decision made to stop gestation. Conclusion: These women need to go beyond basic social protection and cultural differences, so that they can be supported by health services that could provide them with spaces for listening, guidance and resolution.

  • português

    Introdução: O aborto provocado é uma prática persistente no Brasil, notadamente nas regiões com piores condições socioeconômicas e precário acesso à saúde. Objetivo: Analisar as práticas abortivas empregadas e o apoio social para realizar a interrupção da gestação (com ou sem perda fetal), a partir das experiências de mulheres que decidiram provocar aborto. Métodos: A partir de uma amostra de 742 parturientes uma pesquisa com abordagem qualitativa, envolvendo sete mulheres residentes em região com o menor Índice de Desenvolvimento Humano do Estado do Espírito Santo, Brasil. Foram realizadas entrevistas individuais a partir de um roteiro-guia. As entrevistas foram gravadas, transcritas e recortadas para análise de conteúdo temática sugerida por Lawrence Bardin. Resultados: O itinerário terapêutico adotado pelos sujeitos para conseguir concretizar a decisão de provocar o aborto ocorre no próprio domicílio e segue uma ordem que, em sua maioria, utiliza o Cytotec®, seguido pela busca de receitas caseiras, em um caminho silencioso e sigiloso e um sentimento de culpa confidenciado por elas diante da decisão de interromper a gestação. Conclusão: É necessário que essas mulheres ultrapassem a proteção social básica e as diferenças culturais, a fim de que estejam amparadas por serviços de saúde que sejam espaços de escuta, orientação e resolução.