Aprendendo a conviver com os tubarões: relações entre humanos e não humanos em Recife e no arquipélago de Fernando de Noronha (BRA)

• Silva, Ana Cláudia Rodrigues da ^[1] ; Nascimento, Rayana Mendonça do ^[1]
  1. [1] Universidade Federal de Pernambuco

     Universidade Federal de Pernambuco

     Brasil

     
• Localización: Caderno Eletrônico de Ciências Sociais, ISSN-e 2318-6933, Vol. 7, Nº. 2, 2019 (Ejemplar dedicado a: Dossiê Animais e Antropologia), págs. 66-81
• Idioma: portugués
• Títulos paralelos:
  • Learning to live with sharks: humans and no-humans relations in Recife and Fernando de Noronha archipelago (BRA)
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• Resumen
  • English

    The relationship between humans and sharks in Pernambuco intensified since the 1990s, with the increase of incidents (attacks) on the urban beaches of Recife and Metropolitan Region. Since then, multispecies encounters have multiplied reaching the Fernandode Noronha Archipelago, one of the largest marine reserves in Brazil, with the first case officially registered in 2015. These events impacted society and highlighted different views on the presence of wild animals that on the one hand is avoided, as in the case of Recife, from measures such as the prohibition of the use of beaches for water sports such as surfing, and on the other hand is stimulated as in Fernando de Noronha, with the incentive to visit the "Island of Sharks". Several hypotheses are raised for the increase of these incidents, such as environmental modifications, however, the excessive presence of humans on the beaches, whether for bathing or practicing sports, appears as one of the main causes of these incidents. Approaches to interspecific social interaction in Anthropology have shown how the contact between humans and animals triggers complex relationships between animal and human agencies, nature policies, and socioeconomic and cultural transformations resulting from this contact.

  • português

    As relações entre humanos e tubarões em Pernambuco intensificaram-se a partir da década de 1990, com o aumento de incidentes (ataques) nas praias urbanas de Recife e Região Metropolitana. A partir de então, os encontros multiespécies se multiplicaram atingindo o Arquipélago de Fernando de Noronha, uma das maiores reservas marinhas do Brasil, com o primeiro caso registrado oficialmente em 2015. Tais eventos impactaram a sociedade e realçaram as visões distintas sobre a presença de animais selvagens que ora é evitada, como no caso do Recife, a partir de medidas como a proibição do uso das praias para esportes náuticos como o surf, ora estimulada como em Fernando de Noronha, com o incentivo a visitações à “Ilha dos Tubarões”. Várias hipóteses são apontadas para o aumento dos incidentes, como as modificações ambientais, entretanto, a excessiva presença de humanos nas praias, quer para banhos quer para prática de esportes, aparece como uma das principais causas desses incidentes. Abordagens sobre o convívio interespecífico na antropologia vêm mostrando como o contato entre humanos e animais desencadeiam relações complexas entre agências animal e humana, políticas de natureza e transformações socioeconômicas e culturais decorrentes desse contato.