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This article analyses the importance of Cartesian thinking for the constitution of Edmund Husserl's Phenomenological project to explain in which sense Transcendental Phenomenology can be understood almost as a neo-Cartesianism -as Husserl himself characterizes in “Cartesian Meditations” (1931). To do so, after introductory notes, fundamental elements of Cartesianism that are appropriated by the phenomenologist will be presented. Then, Husserlian criticisms of Cartesian philosophy regarding the lack of radicality in the implementation of the method, the inadequate formulation of the authentic epistemological problem and the decisive Cartesian misunderstanding in the interpretation of egological subjectivity are discussed and it is outlined, through the specifically phenomenological-transcendental resignification of the concepts of "transcendence" and "immanence", how Husserl distances himself from the Cartesian notion of subjectivity. Finally, in possession of both the appropriations and the contrasted presented, it will be shown in what sense the neo-Cartesianism of Transcendental Phenomenology constitutes, strictly speaking, as an anti-Cartesian ultra-Cartesianism.
Este artigo analisa a importância do pensamento cartesiano para a constituição do projeto Fenomenológico de Edmund Husserl, com o objetivo de explicitar em que sentido a Fenomenologia Transcendental pode ser compreendida quase como um neocartesianismo – como a caracteriza o próprio Husserl nas “Meditações Cartesianas” (1931). Para tanto, após apontamentos introdutórios nos quais a deferência husserliana a Descartes é ressaltada, apresentam-se elementos fundamentais do cartesianismo que são apropriados pelo fenomenólogo. Em seguida, as críticas husserlianas à filosofia cartesiana quanto à falta de radicalidade operante na execução do método devido a preconceitos subjacentes, à inadequada formulação do problema epistemológico autêntico e ao decisivo equívoco cartesiano na interpretação da subjetividade egológica são discutidas. Por fim, à guisa de conclusão, em posse tanto das apropriações quanto das contraposições evidenciadas, sustentar-se que o neocartesianismo da Fenomenologia Transcendental se constitui, a rigor, como um ultracartesianismo anticartesiano.
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