O presente artigo, fruto de pesquisa bibliográfica, pretende fornecer elementos para o debate acerca da centralidade da família nas políticas sociais brasileiras e sua complexa relação nesse contexto. Embasado na teoria social crítica, teve como caminho metodológico o levantamento de artigos de intelectuais brasileiros que versam sobre o tema. O processo de contrarreforma em curso no Brasil, desde a década de 1990, vem fragilizando cada vez mais a complexa relação entre o papel das famílias no cuidado aos seus membros com políticas sociais fragilizadas e focalizadas. Resgatase, por parte do Estado, o compromisso das famílias com o bem-estar, como a principal instância de proteção social, desresponsabilizando- se de seu dever nesta área. Nesse sentido, essa questão vem sendo discutida no âmbito do Serviço Social, na medida que, em tempos tão sombrios, faz-se necessário refletir sobre determinados equívocos nessa relação. De acordo com Mioto (2011), a família é um espaço muito complexo, que se constrói e se reconstrói histórica e cotidianamente através das relações e negociações que se estabelecem entre seus membros, entre ela e seus membros com outras esferas da sociedade, com o Estado, o trabalho e o mercado. contribuindo para a reflexão acerca do desmonte das políticas sociais no processo de contrarreforma em curso e sua direção na responsabilização das famílias pelo bem-estar de seus membros.
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