Este trabalho tem como objetivo realizar uma análise sobre as concepções que envolviam a literatura infantil na década de 50, através da sua inserção na Revista do Ensino do Rio Grande do Sul. O corpus documental consistiu em quatro periódicos que circularam nos meses de março e maio de 1952, setembro de 1953 e março-abril de 1954. Os fundamentos teóricos, portanto, envolvem estudos da sociologia da leitura, com Chartier (1996) e Bretas (2013), sobre leitura e literatura infantil, a partir de Zilberman (1991) e da história da educação, com Tambara, Quadros e Bastos (2007) e Romanelli (1993). A análise das fontes considerou a ideia de infância, a concepção de leitura literária e o tipo de abordagem sugerida à literatura infantil nas edições das revistas pesquisadas, mas, em especial, nas seções “Biblioteca Escolar Infantil”, “Literatura Infantil” e “Contos para seus alunos”. Como metodologia, utilizou-se a análise documental com Pimentel (2001), a partir do Paradigma Indiciário de Ginzburg (1989). Os resultados obtidos mostram que o periódico trazia uma concepção de leitura utilitária, apenas como conhecimento, confirmada pela classificação dos livros em “úteis” e “recreativos”. Também trazia a preocupação em relação à formação da bibliotecária, à utilidade dos livros e ao vínculo do gênero literário com a escolarização. Conclui-se que, a partir das pequenas inserções referentes à leitura e à literatura, o periódico demonstrava o interesse em propiciar o acesso aos livros pelas crianças, embora tendo o caráter controlador
© 2001-2024 Fundación Dialnet · Todos los derechos reservados