Neste artigo o autor discute, criticamente, a influência da mídia no processo democrático contemporâneo, concluindo que a mesma vem contribuindo, decisivamente, para fundar uma democracia impositiva ao invés de ajudar na construção de uma democracia representativa. Neste sentido, o elemento fundamental que embasa a dinâmica do processo é a persuasão e ele deve realizar-se na ausência de co-presenças em conflitos, mas sim, mediados pela informação fragmentária exposta pela mídia à semelhança da publicidade das mercadorias materiais ou simbólicas. Esta "fuga" da política no sentido clássico reencontra, como já havia pioneiramente analisado J. Schumpeter, um modo de fazer política em que se identifica a competição política com a competição econômica de mercado. Como dominam nesses mercados estruturas oligopólicas o resultado é uma célere caminhada para estruturas de poder que se legitimam de modo impositivo, de forma direta ou simbólica, desprezando em geral os interesses das classes ou segmentos de classes não dominantes.
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