Neste artigo, propõe-se um debate sobre valores e representações sociais que encapotam a sexualidade, uma vez que a melhor forma de a colocar a nu é mostrando como se veste. Essas vestimentas são artefactos retóricos que devem ser percebidos como factos de construção ideo lógica. Assim sendo, há que os interpretar para alcançar a realidade que encobrem. A estratégia metodológica adotada aplica-se a um estudo de caso que aborda as convulsões sociais geradas pela presença de jovens brasileiras numa cidade do Norte de Portugal (Bragança), com fortes marcas de tradicionalismo. Pela sua condição de prostitutas, sedutoras e imigrantes, elas fo ram olhadas como um factor de perturbação da ordem. Algumas mulheres organizaram-se então num movimento social, autodenominado Mães de Bragança, para as expulsar da cidade, acusando-as de enfeitiçarem os seus maridos com encantos e magias.
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