O presente artigo tem por objetivo realçar a importância, os valores e as marcas que os espaços industriais deixaram nas cidades, pela forma como transformaram a sua imagem, pelas diversas vivências que aqui estabeleceram e pelos novos métodos de fazer cidade. Reflete-se sobre o património industrial a partir dos seus valores de memória como testemunho da cultura, técnica e consequências históricas que implicaram a sua valorização no presente, compreendendo assim como a presença destes elementos caraterizam a paisagem industrial nas zonas de frente ribeirinha, como é o caso do Cais do Ginjal. Complementada por uma abordagem caraterizada pela reutilização de estruturas abandonadas, como forma a recuperar estes espaços urbanos para a cidade, onde o seu valor patrimonial assim como as infraestruturas que os compõem podem ser reenquadrados num panorama funcional do território. Contribuindo para uma estruturação socioeconómica, podemos olhar para estes espaços obsoletos, resultantes de várias transformações e usos, que podem surgir como uma nova centralidade no território e como uma reinterpretação à forma de estar, viver e pensar a cidade.
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