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Resumen de Con nombre de flor: Una interpelación a la narrativa documental hegemónica

Carina Sama

  • español

    ¿Pueden filmarse normativamente cuerpos disidentes? Malva tuvo que morir para que no la domesticáramos con la cámara. El estudio del lenguaje corporal expresado por una travesti de 95 años durante las entrevistas de investigación para la realización de un documental sobre su vida, provocaron un cambio de paradigma en el lenguaje audiovisual usado. La lucida pensadora trans, Marlene Wayar encuentra una palabra que conjuga esa incomodidad, el escorzo. Con nombre de flor, es una franja de la historia invisibilizada de la Argentina y de la indagación de un dispositivo acorde desde la narrativa audiovisual. La definición de Escorzar según la RAE es “Representar, acortándolas según las normas de la perspectiva, las imágenes que se extienden en sentido perpendicular u oblicuo al plano del papel sobre el que se pinta [o se dibuja].” Otras dicen “Es una deformación del objeto representado alterando sus proporciones provocada por el cambio de perspectiva”. Marlene Wayar reflexiona: “Es una categoría, una forma de posicionarse. Como representar esa realidad, lo que viene hacia el ojo del espectador. [Ciertos modos de representación] en el arte universal está realizado perpendicular al piso, la figura humana sobre todo, está en una superficie horizontal presentada en vertical. Lo que el escorzo hace es presentarlo de manera paralela a la línea del suelo. Un brazo extendido hacia quienes están mirando es un escorzo y es más difícil de comprender si no fuera porque tenemos incorporada la noción y experiencia de la perspectiva. Quienes salen de la norma heteropatriarcal tienen desde niñes que aprender a traducir un mundo que habla de una única manera por todas las vías. Quienes salen de la norma observan, miran, escuchan, palpan el mundo de manera mucho más compleja y tienen que traducir esa complejidad y/o riqueza a la simplicidad hombre-mujer, papá-mamá, Pero hay otros universos posibles y otros diálogos fuera de lo aprendido. Quienes salen de la norma aprenden a preservarse, a conservar esa mirada y esa pose”

  • português

    Os corpos dissidentes podem ser filmados por lei? Malva teve que morrer para não a domesticar com a câmera. O estudo da linguagem corporal, expresso por uma tra-vesti de 95 anos, durante entrevistas de pesquisa para realizar um documentário sobre sua vida, provocou uma mudança de paradigma na linguagem audiovisual utilizada. A lúcida pensadora trans, Marlene Wayar encontra uma palavra que combina esse desconforto, o escorço. Com um nome de flor, é uma faixa da história invisível da Argentina e a inda-gação de um dispositivo de acordo com a narrativa audiovisual. A definição de Foreshortening de acordo com o RAE é "Representar, encurtando-os de acordo com as normas de perspectiva, as imagens que se estendem perpendiculares ou oblíquas ao plano do papel no qual é pintado [ou desenhado]". Outros dizem "É uma deformação do objeto representado, alterando suas proporções, causada pela mudança de perspectiva". Marlene Wayar reflete: “É uma categoria, uma maneira de se posicionar. Como representar essa realidade, o que vem aos olhos do espectador. [Certos modos de representação] na arte universal são perpendiculares ao chão, a figura humana acima de tudo, está em uma superfície horizontal apresentada verticalmente. O que o escorço faz é apresentá-lo paralelamente à linha de base. Um braço estendido para aqueles que olham é um escorço e é mais difícil de entender, não fosse pelo fato de termos incorporado a noção e a experiência da perspectiva. Aqueles que se afastam da norma heteropatriarcal têm desde a infância que aprendem a traduzir um mundo que fala de uma maneira única em todos os aspectos. Aqueles que se afastam da norma observam, observam, ouvem, tocam o mundo de uma maneira muito mais complexa e precisam traduzir essa complexidade e / ou riqueza na simplicidade de homem-mulher, pai-mãe, mas existem outros universos possíveis e outros diálogos fora de o aprendido. Quem sai da norma aprende a se preser-var, a preservar aquele olhar e aquela pose”.Para a existência de um elo entre o eu e eu e as circunstâncias que me cercam, Ortega y Gasset elabora sua teoria encurtadora como um órgão de profundidade e dimensão, uma vez que as circunstâncias seriam o exterior do eu. O escorço foi a perspectiva singular que permitiu descobrir em toda a sua profundidade a verdade do objeto estético contemplado; que ele chama de "órgão da profundidade visual". “Tudo é material ou espiritual tem um lado fraco, pelo qual pode ser apreendido intelectualmente e reduzido à domesticidade científica. Encontrar esse segredo é a verdadeira ciência, embora os gestos e a maneira como ela é descoberta pareçam frívolos e leves. ”Tentar apreender Malva era impossível para nós. Um corpo duplamente dissidente: trans e velho. Nenhum dos dois era compreensível de uma perspectiva regulamentada e enfa-tizava a maneira como queria ser representado de um local intuitivo, mas não inocente.A matéria-prima de alguns documentaristas são corpos que transitam no espaço e no tempo. Mas existem corpos que não foram explorados, dimensionados e conhecidos fora do binômio masculino e feminino. Como reduzi-los àquela domesticidade científica de que Ortega y Gasset fala? Que tipos de fenômenos são essenciais para nos encorajar a uma narrativa trans audiovisual?O Trans não tem história, nem mesmo "quem vence" ousa escrevê-lo por medo de que a dúvida altere sua virilha. O Trans está sendo escrito agora, o Trans está fazendo história escrita com sua própria caligrafia. Malva queria fazer parte e tínhamos que confiá-la, mas tudo o que aprendeu não funciona, é preciso inventar, escrever, moldar. Seja livre para gritar e imaginar.

  • English

    In 2014, a series of interviews with Malva began, a 95 years old transvestite, an investigation from which the documentary Con nombre de flor would be carried out. Due to the sudden death of its protagonist a few days before shooting, the documentary stops, but Malva leaves us 6 hours of audiovisual material, 204 photos (dating from 1945 to 2015) and 37 stories and magazine ́s notes. This event planted the germ of doubt regar-ding the form that our documentary should take. The notion of "foreshortening" was the indication that guides us in relation to the representation forms. This concept - developed by Marlene Wayar in her Latin American trans transvestite theory (2019) and by Ortega y Gasset within the topic “I am me and my circumstances” (1966) - constitutes, then, a cha-llenge for thepoint of view of the documentary, in the sense that it allowed us to propose a new option when narrating the dissident from the audiovisual language.


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