A universidade propriamente dita no Brasil só teve inicio nos anos 1920. E, até a metade do século XX se caracterizou por ser uma instituição constituída segundo modelos de universidades europeias tradicionais do século XIX (formação napoleônica profissional rígida, cátedras vitalícias, organizada academicamente em federação de escolas isoladas etc.). Mesmo com esse início tardio, a universidade brasileira passou por avanços significativos nas últimas décadas, cuja origem há que se buscá-la em processos de reforma que ocorreram nas décadas de 1950 e 1960. Assim, neste artigo temos como objetivos resgatar essa memória e estabelecer pontes entre essas reformas e documentos da época: Reforma Universitária do Córdoba, proposta de Reforma Universitária da UNE e criação da Universidade de Brasília (UnB), o que nos permitirá associar esses fatores ao percurso histórico de um conjunto de fatos importantes da educação superior brasileira e avaliar o seu impacto até os dias atuais. Para isso, recorreremos a documentos históricos bem como a pensadores cujas contribuições são fundamentais para pensar a educação superior na América Latina, como Ribeiro (1961), Teixeira (1962), Tünnermann (2008) e Fávero (2009), dentre outros. Ancorados nesses autores, apresentaremos evidências sobre a influência dos ideários de Córdoba na proposta de Reforma Universitária da UNE de 1960 e desta no projeto da UnB. A partir dessas relações, infere-se sobre fatos relevantes da educação superior do Brasil como a criação da UNICAMP, a Reforma Universitária de 1968, a LDB de 1996, e mais recentemente, os programas de expansão das universidades federais brasileiras, incluindo as novas universidades criadas.
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