No rastro de práticas que se manifestaram já no século XIX, com a revolução historiográfica dos Annales as obras literárias se tornaram objeto de análise dos historiadores. A partir daí, um problema latente, mas não comumente apresentado como tal, colocou-se: qual a contribuição da disciplina histórica às análises literárias? A recente publicação do consagrado historiador Roger Chartier, Mobilidade e materialidade dos textos: traduzir nos séculos XVI e XVII, embora não trate da questão que levantamos, produz tanto reflexões que nos permitem compreender tal problemática quanto, por sua própria prática historiográfica, corrobora para ilustrar um modo de historicizar obras literá- rias e livros em geral.
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