One of the main issues of our time seems to be the difficulty or, in some cases, the impossibility to establish a debate based on reasons. Most of time, what we see are ungrounded opinions branded as they were unchallenged truths. It is as if we were back to a era in which the people ignored that it is possible to search the truth – for instance, in Greece in Socrates’s time. Pllato’s Dialogues show how many of Socrates’s partners not even understood his search for the truth, for the essence of things and concepts: what are Beauty (Lysias), Virtue? (Protagoras) or Bravery (Laches) and so forth? Our proposal here is to cross-examine the “communicative dissonancy” which seems to be a characteristic of our time: the multiplicity of theoretical, political, ideological and/or religious visions make harder to think in terms of a “overlapping consensus”, as pretended Rawls. It is in order to reach a better understanding of this phenomenon, and to search some solution to it, that we recur to the work of Chaïm Perelman and John rawls.
Um dos grandes problemas de nossa época parece ser a dificuldade, ou em muitos casos, a impossibilidade de se estabelecer um debate mediante argumentos. Na maior parte das vezes, o que se vê são opiniões não fundamentadas brandidas como se fossem verdades incontestáveis, de uma parte e de outra. É como se houvéssemos retrocedido a uma época na qual nem sequer se soubesse que é possível procurar a verdade – por exemplo, a Grécia na época de Sócrates. Os Diálogos de Platão mostram como boa parte dos interlocutores de Sócrates nem sequer entende sua busca pela verdade, a busca pela essência das coisas e dos conceitos: o que é o Belo? (Lísias); O que é a virtude? (Protágoras); O que é a coragem (Laques) e assim por diante. O que nos propomos aqui, no entanto, é abordar a questão da “dissonância comunicativa” que parece ser uma característica de nossa época: a multiplicidade de concepções teóricas, políticas, ideológicas e/ou religiosas torna cada vez mais difícil se pensar em termos de um “consenso por sobreposição”, como queria Rawls. É a fim de compreender melhor esse fenômeno, e buscar soluções, que nos voltamos para as obras de de Chaïm Perelman e de John Rawls.
© 2001-2024 Fundación Dialnet · Todos los derechos reservados