Brasil
Present-day political and media discourses on the perception of the interactions between humans and the environment quite often contain fairly hidden overtones that are not always clear when it comes to sustainability and the planet’s health. For this reason – and taking into consideration the fact that humans apprehend nature through symbols – the objective of this article is to discuss the way symbolic and mythical aspects are brought to the fore in order to construe the recurrent discourses about Amazonia. We’ll analyze the discourse proferred by Bolsonaro during UNO’s General Assembly in September 2019. The analysis, based on Gilbert Durand’s mytocritics, points towards the founding myth of Maha-Maya, or simply Maya, the Hinduist goddess of Illusion, the goddess who creates the world together with Brahma. While Brahma creares the real, Maya crates the illusory and the dreams. The veil of illusion permeates the Brazilian president’s discourse concerning what is new and the resurgence of Brazil. However, at the same time that resurgence and renaissance are looked for one can see that there is a sense of death, of what puts an end to life. In this case the god Antaka, an epithet of Yama – the god of death – comes up. The world must be destroyed in order to be reborn. Therefore, the president’s discourse implies destruction due to a personal desire, far from the desire of the majority of the country’s inhabitants. This myth unveils the Erinias, the third group of Grey Goddesses (beyond the Moiras and Greas). These were older than the gods that arrived with Zeus and had serpents in place of hair as well as dark skin. Their names were: Aleto (what never ends), Tisifone (retaliation), and Megera (rage). These goddesses can be invoked together by the name of Erinis (spirit of rage and revenge). In the present connection it is possible to say that there is a sense of revenge, retaliation and rage not only in the UNO’s discourse but also in the president’s everyday speeches.
Os discursos políticos e midiáticos contemporâneos acerca da percepção e da interação do ser humano com o meio ambiente apresentam conotações pouco claras sobre a preocupação com a sustentabilidade e com a manutenção da saúde do planeta. Diante dessa percepção e considerando que o homem só apreende a natureza por meio do símbolo, o objetivo dessa pesquisa é investigar como os aspectos simbólicos e míticos são mobilizados para construir os discursos recorrentes acerca da Amazônia. Analisaremos o discurso proferido por Bolsonaro na Assembleia-Geral da ONU, em setembro de 2019. A análise, fundamentada na mitocrítica (Gilbert Durand), aponta para o mito diretor de Maha-Maya ou Maya, a Deusa da Ilusão, no hinduísmo. O véu da ilusão perpassa o discurso do presidente brasileiro naquilo que diz respeito ao novo e ao ressurgimento do Brasil. No entanto, é preciso considerar que o ressurgimento traz um sentido de morte, desvelando o Deus Antaka – Yama -, o Deus da morte. O discurso do presidente vem permeado de um desejo de destruição para implementar um sonho pessoal, distante dos anseios da maioria da nação, desvelando as Erínias, o terceiro grupo das Deusas Cinzentas (além das Moiras e das Gréias), de nomes Aleto (a que nunca acaba), Tisífone (retaliação) e Megera (raiva); deusas que podem ser invocadas pelo nome de Erinis (espírito de cólera e de vingança); é possível dizer que na fala presidencial, em seu discurso proferido na ONU, ou nas suas apresentações cotidianas, inclusive no seu Twitter, há o sentido de vingança, retaliação e raiva.
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