Resumen de Os agentes não humanos na construção da paisagem da Cidade-Parque: História da arborização de Brasília (1960-1980)

Marina Salgado Pinto, José Luiz de Andrade Franco

• English

  The present article aims to examinate the influence of nature over the history of Brasília, more specifically, through the analysis of the Brasília’s arborization process as it was registered by two local periodics: Correio Braziliense and Jornal de Brasília. The activities of greening the new capital were a responsability of the Department of Parks and Gardens, known by DPJ, and their daily attempties were registered by the newspapers in midiatic narratives that also brought ideological propositions about the local biome, the Cerrado (brazilian savannah). Despite all the argumentation that tried to justify the fallibity of the attempts, many of them blaming on nature for the unsucess, the decade 1970s saw an imbalance on the ecosystem, it was an event of huge proportions within social, political and natural repercussions. That event leaded to a changing on the arborization methods that had been used by the DPJ’s employees since the previous decade, 1960s. Thoses changes are an example of how trees, among others non-humans elements, are a source of influence in the human experience and, therefore, could be understood as a specific type of historical agency.

• português

  O presente artigo explora a influência exercida pelo meio ambiente nos rumos da história de Brasília, a partir de desdobramentos das atividades de arborização da capital federal. A investigação buscou reunir narrativas de periódicos locais, os jornais Correio Braziliense e Jornal de Brasília, acerca do processo de arborização cujos responsáveis eram os funcionários do Departamento de Parques e Jardins, ou DPJ, que atuavam no ambiente local a partir de uma visão utilitarista da natureza e tentativas de controle absoluto. Diante das dificuldades para concluir as atividades de verdejamento da nova capital, o bioma local, o Cerrado, era constantemente apontado pela mídia e pelo DPJ como o verdadeiro obstáculo que deveria ser combatido e modificado por mãos humanas. Após a primeira década desde o início do processo de arborização, houve um evento de desequilíbrio ecológico, na década de 1970, de grandes proporções e com repercussões sociais, políticas e ambientais. As mudanças efetuadas posteriormente nas técnicas de arborização de Brasília romperam, de certa maneira, com o que fora feito desde o ano de inauguração e buscava integrar de forma mais harmoniosa o ecossistema da natureza urbana. Portanto, é possível concluir que as árvores, e outros elementos não humanos atuaram, ao lado de seres humanos, como agentes, em um sentido específico, na construção da história de Brasília.