Reportagens relatando a participação de mulheres em crimes tornam-se cada vez mais comuns na mídia brasileira. Atendo a isso, este artigo analisa enunciados que se produzem nas entrelinhas de discursos e imagens presentes em notícias veiculadas em jornais, revistas e sites no ano de 1995 no Brasil. Tal análise encontrou aporte principal no campo dos estudos de gênero, mais especificamente em autores que fazem uma análise crítica sobre as noções identitárias de gênero. A metodologia utilizada foi a qualitativa, valendo-se de fragmentos extraídos de documentos de domínio público. Como resultado parcial, constatou-se um relato estereotipado das mulheres envolvidas em situações de crimes, as quais são comumente caracterizadas na mídia a vitimização, infantilização, paixão, desequilíbrio e anormalidade. Ao final do percurso de investigação, fica evidente a importância de problematizar a noção de gênero a fim de evitar uma leitura simplista que simplesmente reproduz avaliações morais e conservadoras dos modos de existência.
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