Durante o ano de 2020, diante da pandemia da Covid-19, diversos países adotaram estratégias de contenção do vírus, incluindo o fechamento de escolas e universidades. Nesse contexto, a Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Brasil, propôs um Plano Emergencial de Enfrentamento da Covid-19. Entre as atividades propostas pelo curso de Jornalismo foi ofertada a “Oficina de Inovação Jornalística: Diários da Quarentena (planejamento e execução)”, tema deste capítulo. O projeto recebeu 70 inscrições de diversas regiões, níveis acadêmicos e experiências profissionais.
A oficina foi composta por dois períodos: de agosto a outubro de 2020, quando foi realizado o planejamento dos projetos; e de outubro a dezembro de 2020, fase de execução dos produtos. Como metodologia ativa na fase de ideação e brainstorming, optou-se pelo uso do Design Thinking, aplicado ao ensino remoto, proporcionando um desenho colaborativo das propostas de trabalho, via plataforma gratuita Miro.com. Já na execução, os participantes, individualmente ou em duplas, realizaram a construção dos pilotos, com o suporte da plataforma Trello.com, em fases pensadas e discutidas semanalmente, sob a orientação das professoras responsáveis, com ênfase para as culturas da participação e maker ou DIY (do it yourself) / Diwo (do it with others).
Dentre os projetos resultantes, foram co-criadas soluções para temas como: a necessidade da acessibilidade de produtos culturais e de entretenimento (múltiplas deficiências); as singularidades regionais com produtos voltados para o registro documentário de comunidades ribeirinhas e indígenas do Amazonas e fronteiriças do sul do país (Brasil-Argentina); e a potencialidade da formação expandida de redes, colaborações e parcerias – como a promoção da saúde mental e a discussão de fenômenos culturais como a polarização, em tempos de distanciamento social.
A partir do relato dessa experiência extensionista remota, esse trabalho é dedicado à discussão da importância do uso das Tecnologias da Informação e da Comunicação (TICs) no processo de ensino-aprendizagem em tempos pandêmicos. O foco é a necessidade de se investir numa prática educacional que estabeleça uma relação de igualdade entre educadores e educandos, a partir de metodologias ativas, que proporcionem uma construção do conhecimento mais colaborativa e culturalmente diversa. Assim, é possível pensar numa transição efetiva do modelo remoto emergencial para uma educação digital em rede.
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