Santo Ildefonso, Portugal
Within the last few years, the academy has been studying the filter bubble phenomenon, an informational worldcreated by the algorithms, where the user is exposed to personalized content. Journalism –a pillar of democratic societies –is usually portrayed as the filter bubble’s antithesis, whose harmful effects on democracy seem to be consensual. However, what has not been sufficiently studied is the contribution of digital journalism to the phenomenon. This exploratoryarticleaims to opennew research avenues on the topic, using a qualitative methodology, through a deep literature review and an analysis of secondary data. Based on a theoretical and practical analysis, it is suggested that the new business models of digital journalism –which heavily rely on technology companies, advertisers, and the audience –are largely contributing to the filter bubble. Newsrooms are increasingly collecting and analyzing consumer data to personalize information, both in the digital advertising and subscription models. Moreover, this personalization is perceived enthusiastically by the media, with few voices reflecting on its negative side. We conclude thatjournalism can assume a relevant role in the fight against information bubbles, both through the review of its digital business models and by raising the individuals’ awareness about the problem.
Nos últimos anos, a academia tem-se debruçado sobre o fenómeno do filtro-bolha, uma bolha informacional digital criada pelos algoritmos, onde o utilizador é exposto constantemente a conteúdos personalizados de acordo com o seu perfil, valores e interesses. Neste contexto, o jornalismo – pilar das sociedades democráticas – é usualmente retratado como a antítese do filtro-bolha, cujos efeitos nefastos para a liberdade e a democracia parecem ser consensuais. O que não tem sido suficientemente estudado, no entanto, é a eventual contribuição do jornalismo digital – o ciberjornalismo – para o fenómeno. De cariz exploratório, este artigo tem como objetivo abrir novas avenidas de investigação sobre o tema, utilizando para isso uma metodologia qualitativa, através de uma revisão da literatura aprofundada e de uma análise de dados secundários. Sugere-se que os novos modelos de negócio do ciberjornalismo – muito dependentes das grandes plataformas de tecnologia, dos anunciantes e da audiência – estão a contribuir largamente para o fenómeno do filtro-bolha. Tanto no âmbito da publicidade digital como no da atual aposta geral para um modelo de subscrições, verifica-se que as redações estão cada vez mais a recolher e analisar dados dos consumidores para personalizar a informação. Demonstra-se ainda que esta customização – da produção à distribuição de conteúdos – é vista de forma positiva, e até entusiasta, pelos média, sendo raras as vozes a refletir sobre o seu lado negativo. Conclui-se que o jornalismo pode assumir um papel relevante no combate às bolhas informacionais, tanto através da revisão dos seus modelos de negócio digitais como através da consciencialização dos indivíduos para o problema.
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