Brasil
O livro é um objeto historicamente situado em um contexto social, o qual lhe atribui valor. Ele já simbolizou poder e status, já traduziu lustro social, já foi um raro tesouro e, hoje, é um objeto usual de fácil acesso, sem, entretanto, abdicar de sua carga simbólica. Nos últimos tempos, apresenta-se, também, em formato digital, cuja aparição, decorrente dos avanços tecnológicos, colocou inclusive em dúvida a permanência do impresso. Entretanto, o tempo mostrou forte propensão à coexistência dos dois formatos, em especial, pelo fato de cada um deles apresentar funcionalidades que lhe são específicas. Este texto discute esse período de transição, a partir do posicionamento de que ocorreram modificações tanto no significado atribuído ao livro quanto nas práticas de leitura. O aporte teórico sustenta-se em estudos de Roger Chartier, Alberto Manguel, Lúcia Santaella e Martin Lyons. Entrevistas realizadas com um grupo de leitores, de diferentes idades, formações e funções servem de subsídio para clarificar o processo de ressignificação do livro na atualidade e a forma como é vista a coexistência das diferentes materialidades.
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