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Resumen de Morrer para sobreviver?: O vírus que somos

Marcos Namba Beccari

  • English

    This paper, with an essayistic approach, does not shy away from thinking about the most prominent phenomenon at the time it was written, the pandemic triggered by Covid-19. Literally based on the Foucaultian premise that philosophy should target the present time, and supported by recent reflections by contemporary philosophers influenced by Foucault, such as Paul B. Preciado and Roberto Esposito, I defend the hypothesis that the virus carries itself, like a mirror, many things that we still are. Therefore, the adopted approach makes use of the strategy, already recurrent in contemporary philosophy, that expands the notion of “virus” as a relevant metaphor for the most diverse societal phenomena. After introducing what is at stake in this viral and global contingent, I divide the argument into four parts: (1) the framing – of an atmosphere previously charged with certain exceptional habits and borderline antibodies; (2) the estrangement – as a principle of immunization and the redistribution of vulnerability; (3) the confinement – as an asymmetric discipline of survival and self-sacrifice; (4) the disappearance – as an ontological horizon of an inert existence that mirrors us. What interests me here is, more than proposing another philosophical interpretation of the pandemic, to underline the unsuspected and virulent logic that for decades has restricted us as disposable bodies and antibodies. In conclusion, increasing the diagnosis of Paul B. Preciado that the virus acts “in our image and likeness”, I affirm that the pandemic phenomenon implies the intensification of the neoliberal paradox according to which, in order to “survive”, we must sacrifice ourselves.

  • português

    Este artigo, de caráter ensaístico, não se furta a pensar o fenômeno de maior proeminência no momento em que fora escrito, a pandemia desencadeada pelo Covid-19. Partindo literalmente da premissa foucaultiana, segundo a qual a filosofia deve ter como alvo o tempo presente, e abalizado por reflexões recentes de filósofos contemporâneos influenciados por Foucault, como Paul B. Preciado e Roberto Esposito, defendo a hipótese de que o vírus carrega em si, como um espelho, tudo o que ainda não conseguimos deixar de ser. Com efeito, a abordagem aqui adotada lança mão da estratégia, já recorrente na filosofia contemporânea, de ampliar a noção de “vírus” como metáfora pertinente para os mais diversos fenômenos societários. Após introduzir o que está em jogo neste contingente virótico e global, decomponho a reflexão em quatro partes: (1) enquadramento – de uma atmosfera previamente carregada de certos hábitos de exceção e anticorpos fronteiriços; (2) estranhamento – como princípio da imunização e da redistribuição da vulnerabilidade; (3) confinamento – como disciplina assimétrica de sobrevivência e autossacrifício; (4) desaparecimento – como horizonte ontológico de uma existência inerte que nos espelha. O que me interessa aqui é, mais do que delinear uma interpretação filosófica da pandemia, indiciar a lógica insuspeita e virulenta que há décadas nos cerceia enquanto corpos e anticorpos descartáveis. Concluo, à guisa do diagnóstico de Paul B. Preciado, segundo o qual o vírus atua “à nossa imagem e semelhança”, que o fenômeno pandêmico implica o recrudescimento do paradoxo neoliberal segundo o qual, para “sobrevivermos”, devemos sacrificar a nós mesmos. 


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