Brasil
Inspirados no conceito de rito de instituição desenvolvido por Bourdieu (1998) apreendemos que o primeiro vestibular da Escola Superior de Educação Física de Florianópolis, realizado no ano de 1973, representou um limite arbitrário do qual, mais do que as exigências e o processo de sua passagem, nos é particularmente interessante seu entendimento como uma linha divisória, algo que finda e começa na convergência de um mesmo ponto. O que, de fato, buscamos analisar, foram os significados do que representou essa consagração das diferenças que carregaram em si o conjunto de “corpos instituídos” pela ESEF. Ainda que inevitavelmente diferentes pela própria natureza da condição humana, uma vez que investidos das pré-disposições exigidas para cruzar tal linha, os primeiros alunos parecem ter partido de uma situação de relativa igualdade de oportunidades, rumo à formação profissional. No decorrer do processo, apenas 50 candidatos seriam considerados aptos a adentrarem o curso e desfrutarem das possibilidades geradas pela formação oferecida. A dinâmica estabelecida determinava ainda que esse total de vagas fosse disponibilizado igualmente entre candidatos do sexo feminino e masculino, sob a principal justificativa da existência de modalidades esportivas desenvolvidas nas aulas, que não poderiam ser praticadas por ambos os sexos.
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