A montra jornalística na estação pandémica: análise das capas do Correio da Manhã, Jornal de Notícias e Público

• Livino Neto ^[1] ; Gustavo Cardoso ^[1] ; Décio Telo ^[1]
  1. [1] ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa
• Localización: Observatorio (OBS*), ISSN-e 1646-5954, Vol. 15, No Extra 0, 2021 (Ejemplar dedicado a: Circum-navegando as repercussões socio-mediáticas do contexto pandémico), págs. 24-44
• Idioma: portugués
• Títulos paralelos:
  • Newspaper covers as display windows in apandemic season: analysis of three Portuguese daily newspapers
• Enlaces
  • Texto completo
• Resumen
  • English

    In this article, which presents the findings of a study carried out at MediaLab CIES-Iscte, we start from the idea of COVID-19 pandemic as a media event and the mediatization as a structuring aspect of the journalistic narrative to propose three models of 'journalistic displaywindows' -sales, product and diversity -in which the characteristics and criteria of news adopted by each of the analyzed outlets are considered. The analysis encompassed three dimensions: the distribution of content in the newspaper's physical and hierarchical space; the marks, which can be highlighted words in the titles and headlines; and the image resources used.The survey included 90 covers of three Portuguesedaily newspapers published during the first 30 days of coverage of the pandemic in Portugal. The covers were divided into three cycles: the first, between the disclosure of the first identified cases of COVID-19 in Portugal (March 3, 2020) and the declaration of a national state of alertness (March 12, 2020); the second, from the closure of schools (March 13) until the eve of the presidential decree authorizing the government to declare a state of emergency (March 18); the third, from the immediatereaction of the presidential decree (March 19) until the eve of the approval of the state of emergency in the Portuguese Parliament (April 1).The study concludes that the narratives identified on the covers of newspapers are different from each other and affected by the models of different 'journalistic displaywindows' (an analogy to fashion shopwindows), which reflect the dichotomy between journalistic and commercial interests.In this context, we question if the model public that guides the construction of the different shop windows is only one, among several possible "robot portraits", to "sell" newspapers, or a clear socio-cultural identifier of the Portuguese press publics?

  • português

    Neste artigo, queé uma síntese de umestudo realizado noMediaLabCIES-Iscte1,parte-se da ideiadepandemia enquanto evento mediático e da mediatização como aspeto estruturante da narrativa jornalística,para propor três modelos de montras jornalísticas–de saldos, de produtoe de diversidadeem que se considera ascaracterísticas e critérios de noticiabilidade adotados por cada um dos veículos analisados.A análise engloboutrês dimensões: a distribuição do conteúdo no espaço físico e hierárquico do jornal (manchete, centro e periferia); as marcas, que podem ser palavras destacadas nos títulos e chamadas; e os recursos imagéticos utilizados.A pesquisa teve em conta 90 capas dos jornais Correio da Manhã, Jornal de Notícias e Público publicadas durante os primeiros 30 dias decobertura da pandemia em Portugal, divididos emtrês ciclos: o primeiro, entre a divulgação dos primeiros casos identificados de COVID-19 em Portugal (3 de março de 2020) e a declaração do estado de alerta em Portugal (12 de março); o segundo, desde oencerramento das escolas (13 de março) à véspera da notícia do decreto presidencial que autoriza ao governo decretar estado de emergência (18 de março); o terceiro, darepercussão do decreto presidencial (19 de março) até à véspera da aprovação do decreto deemergência na Assembleia da República (1 de abril). O estudo conclui que as narrativas nas capas dos jornais são diferentes entre si e afetadas pelos modelos de montras, os quais refletem a dicotomia entre os interesses jornalísticos e os interesses comerciais, questionando seo público-modelo que norteia a construção das diferentes montras é apenas um, entre vários possíveis, “retrato-robô”, para fazer «vender» jornais, ou um claro identificadorsociocultural dos públicos da imprensa escrita portuguesa?