Este artigo tem como objetivo refletir sobre a particularidade do processo de socialização e de construção das identidades dos sujeitos no mundo contemporâneo. Para desenvolver este argumento o texto se apoia na idéia de que as instâncias tradicionais da educação ¾ família e escola ¾ partilham com as instituições midiáticas uma responsabilidade pedagógica. Identificando uma nova estruturação no campo da socialização, busca-se uma perspectiva relacional de análise entre essas instâncias a fim de apreender a especificidade do processo de construção da identidade do sujeito na atualidade. Partindo do conceito de configuração de Norbert Elias, toma-se como hipótese que a cultura da modernidade imprime uma nova prática socializadora distinta das demais verificadas historicamente. Considera-se que o processo de socialização das formações atuais é um espaço plural de múltiplas referências identitárias. Ou seja, a modernidade caracteriza-se por oferecer um ambiente social em que o indivíduo encontra condições de forjar um sistema de referências que mescla as influências familiar, escolar e midiáticas (entre outras), um sistema de esquemas coerente, no entanto híbrido e fragmentado. Nesse sentido, a particularidade dessa socialização deriva não só da relação de interdependência entre as duas instâncias tradicionais da educação, mas da relação de interdependência entre elas e a mídia.
The purpose of this article is to reflect on the specificity of the process of socialization and construction of identities of the subjects in the contemporary world. To develop this line of reasoning the text is founded on the idea that the traditional instances of education ¾ family and school ¾ share with the mediatic institutions a pedagogical responsibility. By the identification of a new structure in the field of socialization, a relational perspective of analysis is searched between those instances with a view to apprehend the specificity of the process of construction of identity of the subject nowadays. Based on Norbert Elias' concept of configuration, the hypothesis is made that the culture of modernity institutes a new socializing practice, distinct from others in history. The current process of socialization is seen as a plural space of multiple identitory references. That is, modernity is characterized by its supply of a social environment in which the individual finds conditions to assemble a system of references that merges family, school, and mediatic influences (amongst others) into a coherent, albeit hybrid and fragmentary, scheme. In this sense, the specificity of that socialization derives not just from the interdependence of the two traditional instances of education, but also from their interdependence with the media.
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