The article problematizes the relationship between citizenship and the education of the popular classes. It has as its goal to establish a dialogue in space and in time with the concept of citizenship, attempting to verify if the latter concept has contents to contribute to the education of the popular classes, and what are its limits and possibilities that must be made clear in order to give visibility and room to new concepts and practices. To fulfill this goal the concepts of citizenship and education are immersed in history and philosophy or, more specifically, in the conditions for the constitution of a citizen, whose analysis results in the education necessary for such constitution. The contradictions exhibit the possibilities and limits of education as the main road to citizenship, as well as the fact that popular social movements create new forms of producing, living together, and educating themselves. In this process, social movements gestate new concepts whose contents, characterized by practices of cooperation and solidarity, seem to envisage social emancipation in a sense broader than that proposed by the formal principles of freedom and equality upon which the bourgeois citizenship rests. Thus, popular social movements also broaden the horizon of education beyond citizenship.
O artigo problematiza a relação entre a cidadania e a educação das camadas populares. Tem por objetivo dialogar, no espaço e no tempo, com o conceito de cidadania, buscando averiguar se este possui conteúdo para infundir-se na educação das camadas populares e quais seus limites e possibilidades que precisam ficar claros para dar visibilidade e lugar a novos conceitos e práticas. Para alcançar tal objetivo os conceitos de cidadania e de educação são mergulhados na história e na filosofia, mais propriamente nas condições em que se assenta a constituição de um cidadão, deduzindo-se, a partir daí, a educação necessária a uma tal constituição. As contradições mostram as possibilidades e os limites da educação como via preferencial de acesso à cidadania, e o fato de que os movimentos sociais populares criam novas formas de produzir, de conviver e de se educar. Nesse processo, gestam novos conceitos cujos conteúdos, marcados pelas práticas de cooperação e solidariedade, parecem projetar a emancipação social em sentido mais amplo do que o proposto pelos princípios formais de liberdade e igualdade em que se assenta a cidadania burguesa. Assim, os movimentos sociais populares ampliam também o horizonte da educação para além da cidadania.
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