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Gestão de pessoas e discurso organizacional: Crítica à relação indivíduo-empresa nas organizações contemporâneas

    1. [1] Universidade de Brasília

      Universidade de Brasília

      Brasil

  • Localización: GESTÃO.Org, ISSN-e 1679-1827, Vol. 5, Nº. 3, 2007
  • Idioma: portugués
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  • Resumen
    • O livro, resultado do trabalho de doutoramento do autor, objetiva analisar o discurso organizacional em gestão de pessoas com uma perspectiva crítica, verificando dito, o não dito e o oculto no discurso das organizações contemporâneas. Embora não se critique explicitamente o modelo capitalista, pretende compreender como, permeadas pelas idiossincrasias do sistema, as organizações seduzem e manipulam os funcionários para alcançar seus objetivos. O aporte teórico, que faz uso do paradigma interpretativo, perpassa as relações de trabalho e de poder nas organizações contemporâneas, as políticas de gestão de pessoas e o imaginário organizacional moderno.

      A obra divide-se em três partes. Na primeira, o autor faz a contextualização sócio- organizacional, levando o leitor ao entendimento do mundo do trabalho e de como as relações de trabalho têm sido estruturadas nas últimas décadas, especialmente na década de 1990. Compreender o discurso organizacional à luz dessa contextualização social é imprescindível, e a obra faz isso de forma precisa.

      A segunda parte do livro se propõe a analisar as relações de poder nas organizações, bem como aspectos do imaginário organizacional, buscando entender esse espaço de representação e de fantasia. Diante disso, as empresas utilizam vários mecanismos, tais como regras e estrutura de cargos para alcançar a submissão do indivíduo e a produtividade esperada. Existe a dominação do indivíduo por parte da empresa, já que ela é vista como o lugar onde se obtém sucesso, prestígio e reconhecimento e, por isso, ele se sujeita, até inconscientemente, às imposições. O indivíduo vê a empresa como imaculada, não possuidora de falhas e identifica-se com essa organização toda poderosa, que poderá satisfazer os seus desejos.

      Na visão do autor, os funcionários são consideravelmente controlados pela empresa, sendo essa uma entidade que perpassa trabalho e vida familiar. Nesse sentido, aceitam-se movimentos de mudança e inovação desde que estejam dentro dos limites impostos pela cultura institucional. Atender aos desejos do indivíduo é a forma de mantê-lo sob controle, requerendo, inclusive, exclusividade de submissão. Para as empresas, o imaginário tem papel fundamental na tentativa de conquistar seus objetivos capitalistas, e esse é construído com idéias de transformação do mundo e do sujeito, utilizando-se de crises de identidade para atrair os trabalhadores e fazendo promessas que, em muitos casos, praticamente não cumprem.

      Na terceira parte da obra, explicita-se que a análise do discurso organizacional é muito mais que a transmissão de informações, sendo também composta de argumentação e construção da realidade. Para nortear a análise dos discursos, o pesquisador definiu seis categorias, a saber: o superexecutivo de sucesso nas organizações, o discurso do comprometimento organizacional, os modismos gerenciais, o discurso da participação nas organizações, o discurso da saúde nas empresas e o discurso das melhores empresas para se trabalhar.

      Tendo como foco o universo gerencial, o autor posiciona-se criticamente frente aos problemas enfrentados pelas organizações, defendendo a necessidade dos indivíduos compreenderem o conteúdo subjacente a esses discursos podendo, em um contexto de exploração, atuar de forma crítica e ativa.

      A obra apresenta uma linguagem clara, objetiva e concisa, e a transição de um capítulo para outro é feita de modo concatenado, facilitando a leitura. O texto é acessível tanto a estudantes quanto a profissionais, embora o autor deixe explícito que sua obra não é mais um manual de regras a seguir para se chegar a um determinado fim. É, sim, uma análise crítico-reflexiva de uma realidade pela qual as organizações e os indivíduos que nelas estão inseridos passam atualmente.


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