O actual fascínio pela adolescência é um fenómeno relativamente recente na história do desenvolvimento psicossocial do ser humano e, mais ainda, na história do seu estudo e compreensão. É na segunda metade do século XX que se inicia a grande profusão de investigações nesse domínio. O primeiro livro – Adolescence – foi escrito pelo americano Stanley Hall, em 1905. Segundo ele o adolescente opunha-se à criança pela intensa vida interior de reflexão sobre os sentimentos vivenciados. Era uma visão conflitual e que negligenciava os factores sócio culturais que se vieram posteriormente a considerar como fundamentais (Monteiro e Santos, 1998). Na mesma época S. Freud publica os “Três ensaios sobre a teoria da sexualidade”, obra que trouxe uma gigantesca contribuição à compreensibilidade da sexualidade infantil, bem como às transformações da puberdade (Dias e Vicente, 1984).
É um período de limites controversos, tanto no seu início como no seu terminus, principalmente em termos de limites cronológicos. O seu início é associado ao início da puberdade (aparecimento da menarca/aparecimento da ejaculação) e o seu fim à aquisição de uma identidade sexual fixa e também à formação do carácter (Sampaio, 1994).
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