Audiovisual, memória e patrimônio residencial: contribuições para um debate público (Petrópolis e Tirol, Natal-RN, Brasil)

• Frederico Augusto Luna ^[1]
  1. [1] Universidade Federal do Rio Grande do Norte

     Universidade Federal do Rio Grande do Norte

     Brasil

     
• Localización: Memoria histórica y cine documental: actas del IV Congreso Internacional de Historia y cine / coord. por Magí Crusells Valeta; José María Caparrós Lera (ed. lit.), Francesc Sánchez Barba (ed. lit.), 2015, ISBN 978-84-475-4246-8, págs. 852-862
• Idioma: portugués
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• Resumen

  • Nos bairros de Tirol e Petrópolis, localizados na cidade de Natal/Rio Grande do Norte/Brasil, subsiste parcela quantitativa e qualitativamente importante da arquitetura residencial modernista. O acelerado processo de seu desaparecimento tem motivado a produção acadêmica de inúmeros inventários e estudos, entretanto, parece não haver uma maior preocupação dos demais setores da sociedade ou instituições de preservação com esse fenômeno. Objetiva-se aqui discutir o papel do audiovisual como instrumento incentivador de um diálogo necessário entre pesquisadores e população sobre o tema, a partir de uma experiência na referida capital. Para tanto, reflete-se sobre a relação entre historiografia e preservação da habitação modernista, mediante revisão bibliográfica, e acerca das perspectivas da tecnologia videográfica na inclusão de personagens vinculados a exemplares natalenses do gênero nesse debate, eminentemente circunscrito, atualmente, a análise técnica. Apesar da ampliação de seu conhecimento e/ou valorização, tem-se que parte desse distanciamento entre reflexão e prática está, em parte, associado à hegemonia dos critérios estético-artísticos em detrimento dos histórico-documentais na análise da arquitetura recente por órgãos vinculados ao patrimônio cultural. Na ausência de uma discussão pública mais ampla, fragiliza-se mais ainda o reconhecimento desse legado como portador de referência à identidade e memória de grupos da sociedade. A elaboração de vídeo-documentários com depoimentos de proprietários, locatários e idealizadores de moradias dos anos 1940-70 nos citados bairros emerge como potencial para construção desse diálogo em Natal. A experiência corrente, visa tanto à provocação de reflexões nas comunidades, como à inserção de suas vozes na cena acadêmica. Esperase que essa interlocução ajude a esclarecer possíveis vínculos entre narrativas historiográficas, a defesa e preservação desse patrimônio e as memórias daqueles que o vivenciam, contribuindo, também, para a definição de alternativas quiçá mais eficazes de salvaguarda do patrimônio residencial modernista da capital potiguar.