Brasil
Buscando compreender a dimensão e reflexos das atividades agropecuárias na socioespacialidade do Médio São Francisco mineiro, o presente estudo se propôs analisar a expansão da atividade agropecuária no uso e ocupação do solo nas épocas de 1986 e 2015, na região do Norte de Minas Gerais, especificamente nos municípios de Pedras de Maria da Cruz, Januária, Bonito de Minas, Cônego Marinho, Itacarambi, São João das Missões, Matias Cardoso, Manga e Jaíba. Atividade esta que se sobrepõem às dinâmicas e estruturas sociais de comunidades tradicionais com práticas e “modus operandi” pré-estabelecidos. Os procedimentos metodológicos partiram da construção da série temporal de mapas analíticos com dados que revelam as alterações socioespaciais no período proposto, subsidiadas por uma revisão bibliográfica que trata da temática. As análises permitiram concluir que o avanço da agropecuária contribuiu, em larga escala, para a redução de matas nativas e corpos hídricos; para o surgimento de conflitos socioambientais; submeteu as comunidades tradicionais à expropriação territorial e perda de direitos; comprometeu de maneira expoente a reprodução de seus modos, manejos e saberes tradicionais. Emergem, a partir deste impacto socioambiental, movimentos sociais diversos na região como estratégia de resistência.
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