Brasil
Este artigo discute, a partir da análise dos romances Diário de Bitita (1986), de Carolina Maria de Jesus, e Becos da Memória (2006), de Conceição Evaristo, a relação entre memórias ancestrais e o surgimento de uma tradição literária de autoria feminina afro-brasileira compreendida como poéticas do desterro. Carolina Maria de Jesus representa, no século xx, uma tradição literária inaugurada no século xix e que vem se consolidando no século xxi com escritoras como Conceição Evaristo que, assim como suas antecessoras, é expoente de uma tradição literária cuja principal característica são as memórias ancestrais.
The aim of this paper is to discuss, based on the analysis of Carolina Maria de Jesus’ novel Diário de Bitita (1986) and of Conceição Evaristo’s Becos da Memória (2006), the relationship between ancestral memories and the emergence of a literary tradition of Afro-Brazilian female authorship, characterized as a poetics of exile. From this perspective, I argue that Carolina Maria de Jesus represents, in the 20th century, a literary tradition inaugurated in the 19th century, by Maria Firmina dos Reis, and which has been consolidating itself in the 21st century with writers such as Conceição Evaristo who, like their predecessors, are exponents of a literary tradition whose main characteristic is ancestral memories.
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