Resumen de As relações de poder do estado português no início da colonização brasileira
- English
The work in question seeks to understand how the relationship between the central government and the peripheral powers, already found in the Modern Portuguese state, were developed in the colonial society of Brazil. For this, we intend to analyze the power relations between the metropolis and its Brazilian Portuguese colony, represented in the relationship between the Government-General, under the jurisdiction of the first governor general Tomé de Sousa, and the Captaincy of Pernambuco, administered by Duarte Coelho, between the years 1548-1553. The option for this chronological delimitation corresponds to the period in which Tomé de Souza was in office as governor general, thus representing a first time deployment of the General Government in the colony. Likewise, the choice is based on the economic relevance that the captaincy of Pernambuco had within the Portuguese colonial economy - considered one of the most prosperous -, also in the prestige that your donee possessed before the monarch and tense dialogue that existed between the governor general and Duarte Coelho, tensions expressed in the letters that both wrote to the monarch King John III of this chronological cut. The research also aims to understand how the idea of the social body (corporate or company), which was present throughout the existence of monarchies in Western Europe in the early modern era, was applied in Portugal. In this idea, the power was shared among the members of the body, but not concentrated in only one member, where the central government was represented by the head and peripheral powers by the other members of the body. Yet this logic, the head was not intended to destroy the other members of the body, but maintain harmony and order, directing each one to perform its function for the wellbeing of the body. From this understanding, it is possible to analyze both the state configuration of the Portuguese State (noting that it had a concentrated power, but also granted and shared by the king), and the application thereof in their maritime possessions and its processes of colonization, as occurred in the Brazilian case.
- português
O trabalho em questão busca compreender de que forma as relações entre o poder central e os poderes periféricos, já existentes no Estado Moderno Português, foram desenvolvidas na sociedade do Brasil colonial. Para isso pretende-se analisar as relações de poder entre a metrópole portuguesa e sua colônia brasileira, representadas na relação entre o Governo-Geral, sob a jurisdição do primeiro governador geral Tomé de Sousa, e a Capitania de Pernambuco, administrada por Duarte Coelho, entre os anos de 1548 a 1553. A escolha por esta delimitação cronológica corresponde ao período no qual Tomé de Souza ficou no cargo como governador geral, representando assim um primeiro momento da implantação do Governo-Geral na colônia. Da mesma forma a escolha é baseada na relevância econômica que a capitania de Pernambuco tinha dentro da economia colonial lusa – considerada uma das mais prósperas -, no prestígio que seu donatário possuía perante o monarca e nos tensos diálogos que existiram entre o governador geral e Duarte Coelho, tensões expressas nas cartas que ambos escreveram ao monarca D. João III no presente recorte cronológico. A pesquisa também almeja perceber como a ideia de corpo social (ou sociedade corporativa), que esteve presente ao longo da existência das monarquias na Europa Ocidental no início da Era Moderna, foi aplicada em Portugal. Nessa idéia, o poder era repartido entre os membros do corpo, porém não concentrado em apenas um membro, onde o poder central era representado pela cabeça e os poderes periféricos pelos demais membros do corpo. Ainda nesta lógica, a cabeça não visava destruir os demais membros do corpo, mas sim manter a harmonia e a ordem, orientando cada um a exercer a sua função pelo bem-estar do corpo.
A partir desta compreensão, é possível analisar tanto a configuração estatal do Estado português (observando que este possuía um poder concentrado, porém também concedido e compartilhado pelo rei), como a aplicação da mesma em suas possessões marítimas e em seus processos de colonização, como o ocorrido no caso brasileiro.
