Este artigo apresenta uma análise etnográfica acerca das políticas do habitar entre o povo Wapichana segundo modos específicos de relações com lugares. Em seguida aborda como essas formas próprias de habitar entraram em relação com a agenda de gestão territorial e ambiental de terras indígenas no Brasil por meio da elaboração de um Plano de Gestão Territorial e Ambiental – PGTA. Ao trazer esse encontro, o objetivo é destacar algumas dificuldades de translação na comunicação intercultural. Todavia, para além dos problemas semânticos e a despeito do caráter governamentalizante desse instrumento de gestão, argumento que localmente os “planos” são expressões de projetos de vida e trazem uma mensagem interétnica mais complexa, que se traduz em desejos, expectativas e luta política em defesa de seus modos de vida diante de circunstâncias contraditórias do cenário político mais amplo.
This article presents an ethnographic analysis on the policies of dwelling among the Wapichana peoples according to specific modes of relations with places. It then discusses how these own forms of inhabiting started to relate to the territorial and environmental management agenda of indigenous lands in Brazil through the elaboration of a Territorial and Environmental Management Plan. By bringing it up, the objective is to highlight some translation difficulties in the intercultural communication. However, beyond semantic problems and despite of the fact that this management tool is a governmental one, I argue that, locally, "plans" are expressions of life projects and they bring with them a more complex interethnic message that translates into desires, expectations and political struggles in defense of their ways of life in face of contradictory circumstances of the broader political scene.
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