O artigo parte de um desvendamento etnográfico da(s) chamada(s) cracolândia(s) paulistana e carioca, com o intuito de lançar um olhar antropológico sobre determinadas dinâmicas relacionais e espaciais urbanas. Para tanto, detemonos sobre os modos como se constituem como territorialidades itinerantes, em São Paulo e no Rio de Janeiro. A comparação sugere que a “itinerância” mesma da(s) cracolândia(s) aponta o fato de como elas se produzem em espaços constituídos por outras territorialidades em disputa – em particular, no contexto de grandes intervenções urbanas que visam ressignificar certas regiões das cidades em questão – e ainda para como as rotinas e as disputas em torno da(s) cracolândia(s) geram uma série de conflitos para além daqueles relacionados à repressão policial, produzindo também conexões com outros espaços.
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