Este texto é derivado de uma pesquisa que aborda a cozinha como um modelo capaz de expor relações sociais e construção de identidades. Tomando dados da pesquisa de campo realizada, a cozinha e as memórias de imigração permitiram pensar aspectos dessa experiência imigratória. O grupo focado foi o dos italianos e seus descendentes que tiveram ligações com restaurantes de cozinha italiana existentes há mais de 50 anos na cidade de São Paulo, tentando mostrar algumas dinâmicas do processo de seleção e descarte operado no sentido de ressaltar uma identidade que não se valeu somente da ideia de nação, mas estabeleceu uma profunda relação com o local. A partir de duas noções, fartura e distinção, foram tratadas algumas disputas em torno de diferentes italianidades, evidenciando perspectivas variadas em relação à imigração e à vivência desse processo. Nesse sentido, entre os vários caminhos possíveis, este texto trata brevemente da maneira pela qual essas duas noções criaram variadas perspectivas da experiência imigratória, com visíveis desdobramentos no espaço urbano e na construção de um imaginário local em que a imigração é parte fundamental da história da cidade.
© 2001-2024 Fundación Dialnet · Todos los derechos reservados