Se fôssemos situar, em poucas palavras, o Políticas da natureza {PN) dentro da obra de Bruno Latour, diríamos que ele é como que um “segundo volume” ao Jamais fomos modernos (1991).1 No livro que o tornou amplamente conhecido (já traduzido em dezessete línguas), Latour havia desenvolvido sua tese seminal de que os modernos, nunca tendo de fato operado a partilha natureza/cultura (“mãe” de todos os demais “grandes divisores”),2jamais o foram realmente. Isso porque a “antiga Constituição”, a “Constituição moderna”, tratava de obscurecer a contradição entre o “trabalho oficial da purificação e o trabalho oficioso da mediação” (: 181). Mas, de algumas décadas para cá - e é daqui que parte Latour no Políticas da natureza (1999b) -, isso não é mais possível.
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