Não é novidade dizer que os Diálogos de Amor, de Leão Hebreu, é um texto que remonta a uma longa tradição espelhada na obra O banquete de Platão. Sua temática, estrutura narrativa e, porque não dizer sua finalidade, isto é, caracterizar o ideal de sabedoria mediante a reflexão sobre os vários tipos de eros, o faz expoente, no contexto renascentista, do que poderíamos nomear de um entremeio em que elementos gregos e judaicos dialogam em harmonia. O objetivo desse nosso trabalho consiste, assim, em revelar os vínculos comuns entre os Diálogos de Amor e o comentário de M. Ficino ao Banquete de Platão buscando, com isso, apresentar os aspectos comuns e distintos que vinculam o pensamento de Hebreu à tradição ficiniciana de tonalidade neoplatônica e, também, o separa, ainda que de modo velado, ao direcionar todo o seu esforço interpretativo para o ideal de experiência original de sábio associada diretamente à experiência serfadita ou marrano-humanista.
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