Desde a institucionalização da antropologia nas universidades britânicas e americanas na virada do século tem-se buscado urna metáfora, urna palavra- chave que sintetize tanto o fazer antropológico quanto seu objeto de estudo: sociedade e cultura. Poucos exemplos são aqui suficientes, não obstante a extensão da lista: sociedade como organismo vivo (Radcliffe-Brown), antropologia como tradução (Evans-Pritchard), cultura como o superorgânico (Kroeber), cultura como texto e antropologia como interpretação (Geertz). Tal lista sugere, por sua diversidade, o paradoxo de ser o fazer antropológico saudavelmente dinâmico, mas caracterizado por uma multiplicidade de abordagens e perspectivas nem sempre complementares, experienciando uma espalhada sensação de crise permanente. Recentemente uma das linhas de frente do debate antropológico, aquela conduzida pela federação interpretativa americana, tem proposto uma série de novas metáforas para a antropologia: diálogo, polifonia, evocação . . . Tais metáforas assim como a federação que as propõe estão presentes no volume Writing Culture editado por James Clifford e George Marcus.* Trata-se de uma coletânea de ensaios, apresentados originalmente num seminário em Santa Fé, cujo tema central gira em torno do escrever etnográfico. Seus atores são James Clifford, Mary Louise Pratt, Vincent Crapanzano, Renato Rosaldo, Stephen Tyler, Talal Asad, George Marcus, Michael Fischer e Paul Rabinow.
© 2001-2024 Fundación Dialnet · Todos los derechos reservados