“Eu comparo ele igualmente com o Lampião. Cara, dizem que não existia outro Lampião mais no mundo, mas ele tá existindo, como um Lampião. Só não tá igualmente como o Lampião porque não anda com capanga no mundo afora. Antigamente, o Lampião era o Rei do Cangaço porque ele matava pobre, rico, o que ele bem entendesse ele matava mesmo. E se ai não, não mata pobrezinho não. Ele é a favor dos pobres.” (Garimpeiro, garimpo de Sequero, MA, março de 1985). No dia 6 de janeiro de 1985 foi divulgada a notícia da morte de Quintino, caçado durante meses pela Polícia Militar do Estado do Pará como bandido que tinha tumultuado a vida social e econômica do município de Viseu, no norte do Estado, englobando uma área notória de conflito pela posse da terra que veio a ser chamada da Gleba Cidapar. No tiroteio que terminou com a perseguição, de acordo com as notícias publicadas em jornais de Belém e do Sul do país, setenta policiais crivaram de balas o corpo de Quintino. Alguns jornais asseveraram que Quintino foi só ferido no tiroteio e liquidado por policiais no hospital de Viseu, logo depois. Até o Jornal Nacional da Rede Globo divulgou a notícia de sua morte, que se espalhou até o exterior: um amigo meu, ciente do meu interesse no caso, me mandou um recorte de um jornal inglês, ‘The Guardian’, exemplar de janeiro de 1985, divulgando a notícia com a manchete ‘Polícia brasileira mata amigo de gente pequena’. A morte de Quintino não era a morto de um marginal qualquer.
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