Este artigo busca colocar em causa as legendas simbólicas que consagraram o Rio de Janeiro como cidade maravilhosa. Essa imagem-força encontra seus fundamentos na estetização da natureza como paisagem, impondo-se como referência identitária de relações de civilidade e não civilidade na vida urbana. Há, portanto, a construção de hegemonias sociopolíticas que se legitimam em discursos aparentemente banais, mas que confessam sua prática discricionária na apropriação e uso da cidade. A utopia compulsória da cidade maravilhosa se faz e refaz em permanente duelo com seus anti-símbolos: as favelas. Asfalto e morro são suas metáforas recorrentes e, simultaneamente, a expressão de conflitos latentes em relação ao devir da cidade.
© 2001-2024 Fundación Dialnet · Todos los derechos reservados