Pretende-se, com este estudo, analisar algumas das manifestações intertextuais de raiz carrolliana na produção literária de dois importantes autores da literatura portuguesa para a infância e a juventude: Virgínia de Castro (1878-1945) e Almeida e Manuel António Pina (1943-2012). Situados em épocas e estéticas distantes, os textos de ambos reflectem a “sombra tutelar” de Aventuras de Alice no País das Maravilhas (1985) ou, genericamente, do mundo literário de Lewis Carroll (1832-1898). De obras como Aventuras de Dona Redonda e da Sua Gente (1942), de Virgínia de Castro e Almeida, ou Gigões & Anantes (1974), de Manuel António Pina, ressumam traços singulares como o nonsense, o absurdo, o tópico do mundo às avessas e o humor, bem como o uso original do paradoxo, da metáfora e do jogo de sentidos, entre outros, características sobre as quais centraremos a nossa atenção e que atestam a pervivência do legado carrolliano na literatura portuguesa.
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