Jane Mery Richter Voigt, José Carlos Morgado
As mudanças curriculares, tanto em Portugal como no Brasil, são cada vez mais influenciadas por pressões transnacionais que exigem padrões mais elevados, implementação de uma cultura comum e uma educação que prepare para o mundo do trabalho, dando assim resposta a uma série de questões oriundas, essencialmente, do cenário econômico. Contudo, perante os aspectos referidos, bem como os recentes avanços científicos e tecnológicos, a educação não pode perder de vista a sua dimensão humana, vendo-se oEnsino Secundário/Ensino Médio compelido a criar condições para que os estudantes desenvolvam competências que os preparem para uma sociedade que se estrutura na base do conhecimento, se transforma a um ritmo cada vez mais intenso e se tornou mais complexa. Importa, por isso, averiguar o que pensam e como se posicionam os professores diante de tais mudanças. Assim, o objetivo deste texto é analisar as percepções de professores acerca das políticas curriculares no que se refere à Base Nacional Comum Curricular (BNCC), no Brasil, e ao Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória, em Portugal. O referencial teórico que fundamenta o estudo refere-se ao currículo e às políticas curriculares. De cariz qualitativo, a pesquisa contou com a participação de professores do Ensino Secundário/Ensino Médio, por meio de entrevistas realizadas nos dois países. Constatamos que, para os professores portugueses, só agora as mudanças criaram condições para a participação das escolas nas decisões curriculares; para os professores brasileiros a BNCC poderá ter uma função mais uniformizadora do que diferenciadora e emancipadora.
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