No entendimento de que aspectos afetivos, cognitivos e sociais interatuam na aprendizagem escolar; fatores protetivos e de risco constituem a resiliência e revelam um processo de codependência entre estes aspectos; e, situações de aprendizagem envolvem tanto fatores de risco quanto protetivos, o estudo realizado está ancorado na perspectiva teórica piagetiana, em especial no conceito de dialética como relações de interdependência. Objetivou identificar, por meio da avaliação do professor de Matemática, fatores protetivos em situações de aprendizagem, num contexto de contraturno, em alunos com dificuldades de aprendizagem em Matemática de um colégio estadual paranaense. De abordagem qualitativa, na perspectiva de estudo de caso descritivo-interpretativo, o estudo envolveu 30 alunos de 6º ano do Ensino Fundamental II (11 a 15anos), frequentadores de um programa de apoio às dificuldades de aprendizagem em Matemática, e seu professor. Três instrumentos foram construídos e aplicados para identificar aspectos sociais, afetivos e cognitivos em situações de aprendizagem de Matemática. Como resultado, foram identificados os seguintes fatores protetivos: elaboração de estratégias, análise dos próprios procedimentos, planejamento de ações, enfrentamento de desafios, iniciativa de aproximação dos colegas, reconhecimento da perspectiva do outro, cooperação e engajamento na tarefa. Os dados indicaram a necessidade de outros estudos que investiguem a percepção dos alunos acerca de si mesmos e de suas condições de aprendizagem para verificar se há correspondência com os fatores identificados pelo professor. Os fatores protetivos encontrados expressam possibilidades de constituição de um processo de intervenção promotor de resiliência neste contexto.
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