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Resumen de Imigração e desenvolvimento dos países de destino: novas evidências e novos conceitos para o Pacto Global para as Migrações

João Peixoto

  • English

    Studies on migration and development have focused on the impact of migration from the least developed countries (or the global South) towards the more developed (or global) countries on the development of the former. The main aim of this text is to fill some of these gaps by looking closely at the link between migration and development, but now from the point of view of the impact of immigration on the development of the recipient countries of the global North.

    In addition to a review of the most recent evidence available, highlighting the economic impacts of immigration on these countries and, to a lesser extent, other development-related impacts, an attempt is made to update the discussion taking into account recent innovations in the concepts and international policies in this area, in particular the Sustainable Development Agenda 2030.

    This text has resulted in the idea that the economic impacts of immigration in destination countries, in particular as regards flows from less developed countries in the South to the richer in the North, have been generally positive. Nevertheless, concrete effects depend on specific contexts and affect distinct social groups, so that generalizations are not prudent. The type of receiving economy, the degree of regulation of the labor market, the nature of the welfare state, current immigration policies, the qualification profile of immigrants, the proportion of economic migrants and others (including refugees), the demographic structure of immigrants - have very different effects. Gains or losses may also be socially unequal. Not all citizens in destination countries can benefit or be disadvantaged in the same way, as not all immigrants integrate as easily.

    A prospective study on the comparative evolution of demography, economics and public finances, trying to evaluate the role of migration, also led to positive results - although only referring to the Portuguese reality. The expected evolution of demographics without migration, as well as their subjection to expected rates of schooling and activity, will result in a certain number of assets, by level of qualification. The expected evolution of the economy, calculated through possible changes in productivity and sector structure, will in turn lead to a global need for assets, by level of qualification. The comparison of the numbers allows the conclusion of the need for migrants to fill the demographic insufficiencies. The shortage occurs mainly in the most skilled levels of the working population, although it also occurs in the less skilled. Despite the difficulty in establishing evolution scenarios, in this case in relation to a very wide range of variables - demography, schooling, employment, productivity and sectoral changes -, an exercise of this type is useful to prepare future policies.

    In conclusion: the recent discussion of immigration and immigration policies in the more developed countries, especially the one that has visibility in the media and is expressed by public opinion, has been very focused on debates on social and political impacts. From this point of view, there are many fears and uncertainties that exist regarding immigration flows. The in-depth examination of its economic impacts leads, however, to a much more positive view of this reality. In a time of passionate and heated discussions about the impacts of migration, the contributions of the economy are welcome, so that the design of policies is based on good reflection and not fleeting emotions.

  • português

    Os estudos sobre migrações e desenvolvimento têm sobretudo focado o impacto das migrações oriundas dos países menos desenvolvidos (ou do Sul global) em direcção aos países mais desenvolvidos (ou do Norte global) sobre o desenvolvimento dos primeiros. Este texto tem como principal objectivo colmatar algumas destas lacunas, observando de forma aprofundada o nexo entre migrações e desenvolvimento, mas agora do ponto de vista do impacto da imigração para o desenvolvimento dos países receptores do Norte global. Para além de uma revisão da evidência mais recente disponível, salientando-se os impactos económicos da imigração sobre estes países e, em menor grau, outros impactos relacionados com o desenvolvimento, procura-se actualizar a discussão, tendo em conta as recentes inovações nos conceitos e políticas internacionais nesta área, em particular a Agenda 2030 de Desenvolvimento Sustentável.

    Este texto tem resultado a ideia de que os impactos económicos da imigração nos países de destino, em particular no que se refere aos fluxos dirigidos dos países menos desenvolvidos do Sul para os mais ricos do Norte, têm sido genericamente positivos. Apesar disso, os efeitos concretos dependem de contextos específicos e afectam grupos sociais distintos, pelo que as generalizações não são prudentes. O tipo de economia receptora, o grau de regulação do mercado de trabalho, a natureza do Estado de Bem-Estar, as políticas de imigração em vigor, o perfil de qualificação dos imigrantes, a proporção de migrantes económicos e outros (incluindo refugiados), a estrutura demográfica dos imigrantes – provocam efeitos muito diversos. Os ganhos ou perdas podem também ser socialmente desiguais. Nem todos os cidadãos dos países de destino poderão beneficiar ou ser prejudicados do mesmo modo, como nem todos os imigrantes se integram com a mesma facilidade.

    Um estudo prospectivo acerca da evolução comparada da demografia, economia e finanças públicas, procurando avaliar o papel das migrações, levou ainda a resultados positivos – embora apenas referentes à realidade portuguesa. A evolução esperada da demografia sem migrações, bem como a sua sujeição a taxas esperadas de escolarização e actividade, irá resultar num número determinado de activos, por nível de qualificação. A evolução esperada da economia, calculada através de alterações possíveis da produtividade e da estrutura sectorial, irá por sua vez levar a uma necessidade global de activos, por nível de qualificação.

    A comparação dos números permite concluir pela necessidade de migrantes para colmatar as insuficiências da demografia. A escassez ocorre, sobretudo, nos níveis mais qualificados da população activa, embora também se verifique nos menos qualificados. Apesar da dificuldade em estabelecer cenários de evolução, neste caso em relação a um leque muito vasto de variáveis – demografia, escolarização, emprego, produtividade e alterações sectoriais –, um exercício deste tipo é útil para preparar políticas futuras.

    Em conclusão: a discussão recente sobre a imigração e as políticas de imigração nos países mais desenvolvidos, sobretudo a que tem visibilidade nos meios de comunicação e é expressa pela opinião pública, tem estado muito centrada nos debates sobre os impactos sociais e políticos. Deste ponto de vista, são muitos os receios e as incertezas que existem em relação aos fluxos de imigração. O exame aprofundado dos seus impactos económicos leva, porém, a uma visão muito mais positiva desta realidade. Num tempo de apaixonadas e acaloradas discussões sobre os impactos da migração, os contributos da economia são bem-vindos, para que o desenho das políticas tenha por base a boa reflexão e não emoções passageiras.


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