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A noção de opinião falsa à luz de uma interpretação do não-ser: um problema entre o Teeteto e o Sofista de Platão

    1. [1] Universidade de Brasília

      Universidade de Brasília

      Brasil

  • Localización: Griot: revista de filosofía, ISSN 2178-1036, Vol. 19, Nº. 2, 2019, págs. 122-134
  • Idioma: portugués
  • Títulos paralelos:
    • The notion of false opinion in the light of an interpretation of non-ser: a problem between the Theaetetus and Sophist of Plato
  • Enlaces
  • Resumen
    • português

      Embora o Teeteto nos coloque num cenário interpretativo completamente à parte da teoria das Formas, não nos é permitido admitir seu total esquecimento. Conceitos como ‘racionalidade’ contraposto à percepção sensível, e a ‘imprescindibilidade do logos’ enquanto discurso que perfaz o conhecimento verdadeiro, são extremamente caros ao Teeteto. Desconsiderar a pertinência e a similaridade do significado destes conceitos desde a maturidade até à velhice, colocar-nos-ia em situação de grande dificuldade explicativa acerca do conhecimento. Assim, é importante destacar que optamos por uma perspectiva intermediária, que por um lado reconhece a ausência de uma argumentação calcada na clássica teoria das Ideias, mas que compreende a obra platônica sob a tutela de uma interpretação sistemática e holística, segundo a qual Platão não abandona os pressupostos metafísicos das Formas inteligíveis. Longe de uma ruptura com o que foi dito anteriormente na maturidade, o Teeteto serve como complementação teórica acerca da ontologia e da epistemologia, embora no Teeteto não haja uma menção direta às noções presentes nos diálogos anteriores e boa parte do tema se apresente por meio de estilo de escrita e vocabulário inusitados. Por fim, mas não menos importante, será feita uma breve análise de alguns trechos dos momentos finais do Sofista com o objetivo de compreender em que medida o aspecto epistemológico, proposto por Platão no Teeteto, pode ser lido à luz de questões relacionadas ao Ser e ao Não-ser, já que a pergunta pelo ‘o que é conhecimento’ nos remete também a uma discussão ontológica.

    • English

      Although the Theaetetus puts us in an interpretive setting completely apart from the theory of Forms, we are not allowed to admit their total forgetfulness. Concepts such as ‘rationality’ opposed to sensible perception, and ‘the indispensability of logos’ as a discourse that makes true knowledge, are extremely dear to the Theaetetus. Disregarding the relevance and similarity of the meaning of these concepts from maturity to old age would put us in a situation of great difficulty in explaining knowledge. It is important to emphasize here that we have chosen an intermediate perspective, which on the one hand recognizes the absence of an argument based on the classical theory of Ideas, but which includes the Platonic work under the tutelage of a systematic and holistic interpretation, according to which Plato does not abandon the metaphysical presuppositions of the intelligible Forms. Far from a rupture with what was said earlier in maturity, the Theaetetus serves as a theoretical complementation on ontology and epistemology, although in the Theaetetus, as we have said, there is no direct reference to the notions present in previous dialogues and much of the theme introduce yourself through unusual writing style and vocabulary. Last but not least, a brief analysis will be made of some passages from the final moments of the Sophist in order to understand to what extent the epistemological aspect, proposed by Plato in the Theaetetus, can be read in the light of questions related to Being and to Not-being, since the question of 'what is knowledge' also leads us to an ontological discussion.

    • français

      Bien que le Théétète nous place dans un cadre interprétatif complètement séparé de la théorie des formes, nous ne sommes pas autorisés à admettre son oubli total. Des concepts tels que la «rationalité» opposée à la perception sensible et le «caractère indispensable du logos» en tant que discours faisant de la vraie connaissance, sont extrêmement chers au Théétète. Ne pas tenir compte de la pertinence et de la similitude du sens de ces concepts de la maturité à la vieillesse nous placerait dans une situation de grande difficulté pour expliquer la connaissance. Il est donc important de souligner que nous avons choisi une perspective intermédiaire, qui reconnaît d’une part l’absence d’un argument fondé sur la théorie classique des Idées, mais qui comprend l’œuvre platonicienne sous la tutelle d’une interprétation systématique et holistique, selon laquelle Platon il abandonne les présupposés métaphysiques des formes intelligibles. Loin d’être rompu avec ce qui a été dit plus tôt dans la maturité, le Théétète sert de complément théorique à l’ontologie et à l’épistémologie, bien que le Théétète ne mentionne pas directement les notions présentes dans les dialogues antérieurs et qu’une grande partie du sujet est présentée à travers. style d'écriture et vocabulaire inhabituels. Enfin, quelques passages des derniers moments du Sophiste seront brièvement analysés afin de comprendre dans quelle mesure l’aspect épistémologique proposé par Platon dans le Théétète peut être lu à la lumière de questions relatives à au non-être, puisque la question de «qu'est-ce que la connaissance» nous amène également à une discussion ontologique.

       


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