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Resumen de Memórias indígenas: silêncios, esquecimentos, impunidade e reivindicação de direitos e a cesso à justiça

Ana Margarita Ramos, Ricardo Verdum

  • Nos últimos trinta anos, a memória se tornou um dos principais temas de interesse das Ciências Sociais na América Latina. Também se constituiu num importante instrumento na promoção de direitos e na conquista do acesso à justiça. Sua valorização beneficiou particularmente os setores da população em situação de exclusão política e discriminação social e econômica, os explorados e humilhados, e os reprimidos por grupos sociais que constituíram e que controlam, em seu benefício, aparatos de poder estatais e/ou paraestatais (Stavenhagen 1996; Jelin 2002).

    A memória é, portanto, um campo de disputas onde o recordar, o falar e o silenciar estão sujeitos às micropolíticas da vida cotidiana. Tanto o recordar quanto o esquecer estão sujeitos aos limites estabelecidos pelos poderes constituídos em diferentes escalas e espaços, de maneira sutil ou enérgica. Daí porquê falar de recordações impostas e na domesticação do recordar, e no disciplinamento das subjetividades sociais. Daí porquê falar de memória crítica e de crítica da memória como recursos que a prática intelectual deve mobilizar para seguir levando a termo guerras de interpretação em torno aos significados e usos do recordar (Briones 1994; Verdum 1994; Richard 2002; Ramos 2011).

    Com este dossiê pretendemos reunir trabalhos onde se discutisse, de uma perspectiva etnográfica e histórica, as dinâmicas de construção da memória de sujeitos individuais e coletivos indígenas, submetidos e/ou em resistência à repressão, ao despojo territorial e de outros meios de vida (Crespo 2014) e em contextos de conflito armado (Degregori 2003; Ulfe e Pereyra Chávez 2015; Dettleff 2018).

    Também pretendemos dar um espaço especial às questões metodológicas e éticas do trabalho etnográfico com memória em contextos de violência explicita (quando se produzem mortes) ou de violência sutil e naturalizada (de gênero, étnico-racial e/ou classe), de sujeitos e subjetividades vivendo em contextos limites. Contextos onde é exigido do antropólogo e da antropóloga uma atitude de compromisso e de colaboração com os seus interlocutores, sem o que a investigação e a compreensão não alcançarão níveis aceitáveis de validade inclusive entre seus pares (Leyva et al. 2015; Cardoso de Oliveira 1993).


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