Brasil
Este trabalho tem como foco traçar reflexões em torno da violência como fator importante na leitura do conto “Natalina Soledad”, de Conceição Evaristo, publicado no livro Insubmissas Lágrimas de Mulheres (2011). Por meio da linguagem a protagonista exerce um movimento importante de resistência frente às violências que sofre ao longo principalmente da infância e adolescência. As dores, rejeições, a miséria, o racismo, machismo, etc. são temas recorrentes na obra de Evaristo, nesse sentido torna-se interessante buscarmos caminhos de compreensão do lugar e do papel que a violência ocupa na escrevivência evaristiana. Num primeiro momento este artigo persegue algumas ideias relacionadas ao conceito de escrevivência e a sua relação com a violência e a resistência de sujeitos em situações críticas. Após esse percurso inicial, partimos para uma análise do conto selecionado, buscando compreendê-lo como exemplo interessante do papel da linguagem nas relações de violência e resistência que se estabelecem na vida de Natalina Soledad, bem como na narrativa em si, recontada pela narradora-ouvinte que costura as histórias do livro. Como bases fundamentais de nosso trabalho, trazemos o materialismo lacaniano de Slavoj Žižek e os ensaios de Conceição Evaristo a respeito do conceito de escrevivência.
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