Iraci de Carvalho Barroso, Antonio Cristian Saraiva Paiva
This article is a socioanthropological analysis that questions the qualification of traditional midwives, discussing the incorporation of medical knowledge and cultural resistance in the practice of midwifery. The study consists of a qualitative approach, with narratives of 25 traditional midwives, peripheral, remaining quilombola and indigenous midwives, who are the interlocutors of this study and interviews with 10 biomedical professionals. The conclusions point to the contradictions, the achievements and the recognition concerning the traditional midwives. In this relation, one has like achievements the fact of the midwife being registered in state program; Participate in courses and trainings; Receive the diploma, the "midwife kit" and be included in the scholarship payment system - elements of identity reaffirmation and recognition of the midwife's legitimacy. On the other hand, the contradictions are expressed in the tensions between the expansion of the social function of the midwife, who after training is called to intervene in the promotion of women's health, but without recognition as a health worker.
O presente artigo é uma análise socioantropológica que problematiza a questão da capacitação de parteiras tradicionais, discutindo as incorporações de saber médico e resistência cultural na prática de partejar. O estudo compõe-se de uma abordagem qualitativa, com narrativas de 25 parteiras tradicionais, periféricas, remanescentes quilombolas e indígenas, que se configuram como interlocutoras deste estudo e entrevistas com 10 profissionais da área biomédica. As conclusões apontam para as contradições, as conquistas e problematiza o reconhecimento das parteiras tradicionais. Nessa relação, tem-se como conquistas o fato da parteira ser cadastrada em programa estadual; participar dos cursos e treinamentos; receber o diploma, o “kit parteira” e ser incluída no sistema de pagamento da bolsa – elementos de reafirmação identitária e de reconhecimento da legitimidade da parteira. Por outro lado, as contradições se expressam nas tensões entre a ampliação da função social da parteira, que após a capacitação é chamada a intervir na promoção da saúde da mulher, porém sem reconhecimento como trabalhadora da saúde.
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