Este trabalho aborda o fenômeno dos impostores em português brasileiro, expressões referenciais utilizadas para denotar o falante e/ou o ouvinte, cuja principal descrição foi feita por Collins e Postal (2012). A concordância pronominal com sintagmas determinantes impostores é sujeita à variação interlinguística, que será ilustrada no presente trabalho a partir de uma descrição do português brasileiro. Assumimos com Das (2014) que o sistema de flexão verbal de uma língua é fator crucial de restrição para as possibilidades de concordância pronominal. Mais especificamente, se a categoria pessoa é abertamente marcada no verbo finito, então concordância verbal com uma fonte secundária é sintaticamente bloqueada. Esta hipótese leva em conta a reestruturação do paradigma flexional do português brasileiro apontado por Duarte (1993). Os exemplos envolvendo concordância pronominal ilícita (DAS, 2014) mostram violação do princípio da homogeneidade. Por fim, testamos a hipótese com dados do italiano, língua românica com paradigma flexional verbal semelhante ao português brasileiro.
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