Os modelos construídos para explicar o processo de urbanização e modernização da agricultura no Brasil a partir da década de 1940 “oscilaram entre uma caracterização rica, articulada, mas imóvel, e outra de uma população indefesa em relação às transformações que vinham de fora” (LEVI, 2000: 44). Isto é, embora haja trabalhos sobre os ‘grandes processos’ (modernização, repressão, mobilização política), eles permanecem unidirecionais: o poder de um lado e as suas vítimas de outro. E, por outro lado, os estudos de viés mais antropológico ainda compõem um mosaico pouco entrosado, em que as ‘descrições densas’ não se relacionam umas com as outras em tentativas de sínteses mais amplas, mas que deem conta da diversidade de resultados e respostas aos mesmos processos. Por isso, o objetivo deste artigo é apresentar uma nova possibilidade de encarar estes processos sociais, a partir de uma mudança na escala de observação.
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